Cacique Raoni | Foto: Kamikia Kisedje/Cobertura Colaborativa
O que estamos comemorando hoje?
Estamos numa semana de datas comemorativas brasileiras: 19/04 - Dia do Índio; 21/04 – Tiradentes e Inauguração de Brasília; 22/04 – Descobrimento do Brasil. Assim aprendemos. Mas será que alguma vez paramos para refletir e nos questionamos quanto à diversidade de significados que podem ter estas datas?
O 19 de abril, mais que um dia de festa folclórica, simboliza a resistência dos povos indígenas, manifestada por ocasião do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México, em 1940. Uma luta pela demarcação de territórios indígenas que permanece atual e que, no Brasil, segundo o IBGE, envolve em torno de 305 etnias que buscam preservar suas tradições e terem reconhecidos seus direitos de cidadãos brasileiros.
Quando as terras brasileiras foram encontradas pelos portugueses nos anos de 1500 estes povos já habitavam estas terras há milhares de anos. Povos diversos, com suas culturas, tradições, línguas, sua forma de compartilhar os saberes, viviam por todas as regiões não apenas do Brasil, mas por toda a América. Fazendo justiça à existência destes povos, foi iniciada uma campanha para contar a verdadeira História do Brasil, que não se iniciou há 521 anos atrás, e sim muito antes, quando os originais donos destas terras aqui chegaram. Acreditamos nos Direitos Humanos e portanto pontuamos hoje em especial a importância de garantir que os povos indígenas tenham seus espaços respeitados, não apenas nas terras mas também na nossa sociedade.
Cidadania é ao que nos remete o Dia de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, movimento contra a cobrança abusiva de tributos pela Coroa Portuguesa. Um alto percentual da riqueza gerada com a exploração do ouro e de pedras preciosas saia do país, diretamente para Portugal e, indiretamente, para a Inglaterra, de quem Portugal era devedor, em nada contribuindo para a melhoria de vida dos habitantes do Brasil-Colônia. E comemoramos também a Inauguração de Brasília, projeto grandioso, que concretizou a profecia de transferir a Capital para o Planalto Central, ao tempo em que ampliou o patamar da dívida pública brasileira.
Muito embora estas terras tenham sido descobertas muito antes, neste 22 de abril, dia ainda oficial de celebração, precisamos nos encontrar e refletir sobre o Projeto de Nação que desejamos!
Que acham de levantarmos do “berço esplêndido” e construir colaborativamente um Brasil inclusivo, justo e solidário, que possamos chamar de Pátria Amada?
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