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Irani Vasconcelos da Conceição Batista


Quem sabe faz a hora...


Irani Vasconcelos da Conceição Batista, mãe, Policial Militar, Assistente Social, Gerontóloga, transformou a dificuldade de descartar seus fardamentos em oportunidade para levar conforto a um público que sempre a cativou: as pessoas idosas.


Nascida em Alagoinhas, relata que foi criada “por pais que prezavam o respeito ao próximo independente de credo, etnia, idade, orientação sexual, ou seja, pregavam o respeito ao ser humano. E quando se tratava de pessoas de mais idade o respeito era maior, pois a maturidade, a velhice sempre foi vista, em meu lar, como representação de sabedoria e, esse valor foi repassado dos meus pais para os filhos não só com palavras, mas com o exemplo, pois a minha avó materna residia conosco e ela era deficiente visual, então diariamente víamos o amor, a dedicação, o cuidado o qual era direcionado à genitora da minha mãe. E nas práticas cotidianas de cuidados a minha avó, a minha mãe, nos colocava para participar. Sempre me recordo de que todas as manhãs quando chegava o horário do banho da minha avó, eu me disponibilizava a ajudar. E creio que esses exemplos dados pelos meus pais contribuíram para que eu criasse dentro de mim o amor, o respeito e a vontade de cuidar, de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas”.


Aliado a esse contexto, lhe surgiu um questionamento que, uma vez confirmado, daria origem ao Projeto Inverno Quentinho para as Pessoas Idosas: será que os colegas policiais têm a mesma dificuldade em realizar o descarte das fardas em desuso, mas em bom estado de conservação?


O primeiro passo foi consultar sua superior, Major Gilmara, Comandante da 1ª. Companhia/Pernambués, unidade em que trabalha há 17 anos e, diante da confirmação de que enfrentava o mesmo problema, solicitou autorização para realizar uma pesquisa com os demais colegas da Unidade. O questionário aplicado continha outras perguntas como, por exemplo, se os colegas teriam interesse em doar o fardamento e se os mesmos contribuiriam para o reaproveitamento do fardamento na confecção de cobertores para pessoas idosas carentes residentes em ILPI.


Constatada a viabilidade da iniciativa no tocante à obtenção dos fardamentos e da disponibilidade dos colegas para contribuir financeiramente, a providência seguinte foi identificar dentre as costureiras o menor custo para confecção dos cobertores, atualmente R$98,00 e providenciar o ponto de coleta na Companhia.


Assim, a indagação inicial se seria possível, através do reaproveitamento do fardamento em desuso da PMBA, confeccionar cobertores para proporcionar um inverno mais quentinho para pessoas idosas carentes residentes em ILPI se materializou: com as fardas em desuso que foram doadas e os valores arrecadados dos colegas, inicialmente foram confeccionados 10 cobertores e entregues na Instituição Casa da Paz, Fazenda Grande do Retiro, em 18 de maio deste ano. E agora, em novembro, serão entregues mais 5 cobertores a outra Instituição, a ser definida.


O projeto Inverno Quentinho para Pessoas Idosas carentes residentes em ILPI, iniciativa de Irani Vasconcelos da Conceição Batista, é um exemplo de responsabilidade social ao contribuir para melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas, proporcionando a esse público um inverno com mais dignidade e também de responsabilidade com o meio ambiente, através da reciclagem de materiais que seriam descartados.


O próximo passo é ampliá-lo, com a adesão de outras instâncias da Corporação! As pessoas idosas merecem!



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