O que é “ser mãe”?
Para Coelho Neto, poeta, “é desdobrar, fibra por fibra, o coração”. Uma visão nada poética para nós, no século XXI, mas que não deixa de também contribuir para nossa reflexão...
Mãe é aquela que gesta e dá à luz; mãe é quem cria; mãe é quem acolhe e orienta; é quem se desvela por um ser em construção.
Um papel que pode ser exercido pela mãe biológica, que pode ser compartilhado com outras pessoas, que pode ser delegado ou pode até mesmo ser relegado...
Repositórios de amor e culpas, muitas vezes sozinhas na criação de filhos e filhas, muitas vezes em situações extremas...
Mães diferentes das que estão no comercial da TV, que cometem erros e muitas vezes assumem um papel tóxico na vida dos filhos, ainda que de forma não consciente.
Mães de um ou de muitos...
Mães que perderam seus filhos ou filhas por acidentes, por assassinatos, por doenças diversas, por COVID...
Mães que cuidam de filhos e filhas portadores de necessidades especiais e se percebem envelhecendo...
Mães que criam netos e netas...
Mães que já se foram deixando grandes saudades...
Mãe, porto-seguro incondicional!
Mãe, fonte do AMOR mais generoso de todos!
O poema inicialmente citado conclui "ser mãe é padecer no paraiso". Será?! Poderíamos dizer que não necessariamente. Ser mãe pode sim ser sofrido ou uma fonte de alegrias, a depender da consciência da escolha. Escolher ser mãe deve vir acompanhado de alguma certeza e disponibilidade para cumprir com tal papel, assim como escolher não ser mãe deve vir acompanhado de uma convicção. Para ambos os casos, diria que é preciso também coragem. Para ser mãe a coragem é necessária para se abrir totalmente ao novo e assumir a responsabilidade de educar um ser humano. Para as que não desejam ser māe, a coragem deverá ser seu combustível, para lidar com todas as criticas que possam vir de uma sociedade que cria uma expectativa em torno da "maternidade obrigatória".
E o que dizer do suposto paraíso? É certo que não procede. Não há paraíso na maternidade, pelo menos não somente. Há desafios imensos, o que se junta às alegrias imensas por ver aquele ser que você gerou, crescendo e muito embora não seguindo necessariamente um caminho imaginado por você, ainda assim criando asas. Este ser que simboliza, para as mães saudáveis no seu papel, o amor mais incondicional que alguém pode carregar, mas que tem vida própria e, se tudo der certo, vai seguir seu proprio caminho.
"Ensinarás a voar... Mas não voarão o teu voo. Ensinarás a sonhar... Mas não sonharão o teu sonho. Ensinarás a viver... Mas não viverão a tua vida. Ensinarás a cantar... Mas não cantarão a tua canção. Ensinarás a pensar... Mas não pensarão como tu. Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem... estará a semente do caminho ensinado e aprendido!"
Madre Teresa de Calcutá
FELIZ DIA DAS MÃES!
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